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Carlos Queiroz recorre para o Supremo para revisão de condenação 

O treinador de futebol Carlos Queiroz, atual  selecionador do Irão, recorreu para o Supremo Tribunal de Justiça (STJ)  para revisão da condenação imposta pelo Tribunal de Oeiras por dívida a  um agente FIFA. 

Carlos Queiroz (Reuters/Arquivo)
© Fadi Al-Assaad / Reuters

O recurso de Carlos Queiroz, distribuído à 1. secção do STJ antes das  férias judiciais, que terminam hoje, sucede ao apelo do antigo selecionador  de futebol de Portugal para o Tribunal da Relação, que manteve a pena de  pagamento ao empresário de origem iraquiana Salem Jawad e anulou a condenação  por litigância de má fé. 

No acórdão de 31 de janeiro de 2013, o Tribunal da Relação de Lisboa  confirmou a decisão de primeira instância no que se refere ao pagamento  de 56.250 dólares (41.008 euros, ao câmbio atual) a Salem Jawad pelo agenciamento  junto da federação de futebol dos Emirados Árabes Unidos. 

A este valor acrescerá os juros vencidos e vincendos desde 07 de outubro  de 1999 até ao integral pagamento, pelo que o montante da comissão que Carlos  Queiroz terá de pagar a Salem Jawad ascende já a 120.000 euros. 

A 21 de outubro de 2010, o Tribunal da Relação de Lisboa determinou  uma caução de cerca de 80.000 euros e, em dezembro do mesmo ano, Carloz  Queiroz depositou 120.000 euros, assegurando o efeito suspensivo da sentença  da primeira instância. 

Na decisão do recurso agora decidido, os juízes desembargadores da Relação  revogaram a pena de litigância de má fé imposta a Carlos Queiroz e retiraram  a multa de 25.000 euros aplicada ao treinador de futebol, sentenciada pelo  Tribunal de Oeiras a 17 de novembro de 2008. 

Em maio de 1998, Carlos Queiroz assinou um compromisso válido por dois  anos com a federação dos Emirados Árabes Unidos, tendo estabelecido com  Salem Jawad o pagamento de comissão de 10 por cento sobre o valor anual  dos salários, 450.000 dólares para o primeiro ano e 562.550 para o segundo.

O contrato entre o treinador português e a federação dos Emirados foi  celebrado com a duração de dois anos e, em meados de agosto de 1998, Carlos  Queiroz entregou a Salem Jawad a quantia de 45.000 dólares relativa à comissão  de 10 por cento respeitante ao primeiro ano de contrato. 

Volvidos 13 meses após a assinatura do acordo de trabalho, a federação  dos Emirados Árabes Unidos e Carlos Queiroz rescindiram o contrato, procedendo-se  ao pagamento do acerto de contas, através de cheque do National Bank of  Sarjah, no valor de 402.338 dólares. 

Como referiu a juíza do Tribunal de Oeiras na sentença, o treinador  português "nega ter recebido tal valor, de forma claramente dolosa" em documento  remetido ao tribunal, mas "quando ouvido em depoimento de parte em sede  de audiência de julgamento", depois de petição da acusação, acabou "por  confessar ter, efectivamente, recebido tal montante". 

Lusa    

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