O presidente António Fiúza está radiante e considera que este triunfo meramente desportivo, obtido dentro das quatro linhas, "é uma bofetada de luva branca aos senhores do Conselho de Justiça da Federação que despromoveram o Gil Vicente há cinco anos atrás", pois consideraram que um contrato de trabalho é um assunto estritamente desportivo e não administrativo.
António Fiúza referia-se assim ao famoso e polémico "Caso Mateus", que há cinco anos ditou a despromoção administrativa do Gil Vicente e a manutenção do Belenenses na Liga principal, apesar de o clube do Restelo ter terminado o campeonato na zona de descida.
O líder gilista considera ainda que "para já só foi feita meia justiça, porque a outra meia serão os tribunais a decidir", mas diz acreditar que "já ninguém tem dúvidas de que o Gil Vicente tem razão".
Relativamente ao futuro António Fiúza referiu que na próxima semana irá reunir com o treinador Paulo Alves para iniciar a preparação da próxima época.
"Naturalmente que vamos reforçar a equipa, mas estamos otimistas e, perante o apoio que se viu hoje aqui, o Gil Vicente poderá vir a ser o sexto clube português", disse.
Paulo Alves, por seu lado considerou que o clube conseguiu os seus objetivos desportivos e por isso todos estão satisfeitos: "Fiquei muito feliz por ter participado neste feito. Subir de divisão era o objetivo, mas ter sido campeão é indescritível".
Técnico disponível para continuar
O técnico reconhece que foi muito difícil e surgiram algumas contrariedades durante a época, mas sublinhou que o Gil Vicente acabou "por ter um final feliz".
Sem querer alongar-se muito quanto ao futuro, Paulo Alves disse estar disponível para conversar: "Sempre tive o objetivo de treinar na primeira Liga e se for aqui no Gil Vicente tanto melhor. Hoje ficou demonstrado que este clube é um clube de massas. Não existem muitos, mesmo na primeira Liga, com esta capacidade de mobilização de adeptos".
O "gigante" goleador brasileiro Ramazotti, emprestado pelo Santo André, está muito feliz por ter ajudado o clube barcelense e referiu que o grupo "sempre acreditou" que era possível subir e até de ser campeão da Liga de Honra.
"Lutámos muito e acabámos por conseguir o título com justiça. Foi muito bom para nós, jogadores e para esta magnífica massa associativa", afirmou.
Os sócios e adeptos estão eufóricos e não deixam de comentar a injustiça cometida ao clube há cinco anos atrás: "Está feita a vingança, mas foi dentro do campo, não foi na secretaria", são alguns dos comentários que se ouvem nas ruas de Barcelos.
Lusa