Cultura

Primeira noite de Taylor Swift em Lisboa: um regresso ao passado a olhar para o futuro

Os fãs da cantora rapidamente esqueceram o caos das filas e da espera para entrar no momento em que Taylor Swift subiu ao palco no Estádio da Luz, em Lisboa, num concerto onde nenhuma "era" ficou para trás e muitas surpresas aconteceram.

Pedro Gomes/TAS24

SIC Notícias

A ânsia à porta do Estádio da Luz sentia-se por todo o lado. Mas se lantejoulas, brilhantes e muita cor invadiam as ruas, nem tudo foi um mar de rosas.

Desde atrasos nas entradas à confiscação de bens que não estavam previstos, muitas pessoas queixaram-se da falta de organização do concerto. Passavam já mais de duas horas desde a abertura de portas e o estádio continuava a meio gás. Paramore, a banda convidada para fazer a primeira parte, entrou em palco mais de 40 minutos depois do previsto e ainda com fãs a entrar. Há ainda relatos de pessoas que não conseguiram assistir ao concerto devido à desorganização.

Enquanto a banda norte-americana começava o seu concerto, centenas de fãs continuavam por entrar, acabando por derrubar grades para tentar chegar a tempo do concerto.

Mas como a música tem o poder de nos ajudar a escapar à realidade, depois de entrarem no estádio, os ‘swifties’ rapidamente ultrapassaram a confusão anterior.

Paramore abriram o concerto com Hard Times, uma música de 2017, satisfazendo muitos dos fãs que compraram bilhetes apenas para os ver. Entre outros êxitos tocaram Still Into You levando a multdião ao rubro, e The Only Exception, uma música que faz parte do imaginário de muitos dos presentes, que em coro acompanharam a cantora Hailey Williams na única balada do concerto.

13 anos depois do primeiro (e único) concerto da banda em Portugal, a vocalista afirmou querer voltar, ou até mesmo nunca mais de cá sair.

IT'S BEEN A LONG TIME COMING

Eram 20:15h quando Taylor Swift pisou o grande palco da Luz, dando arranque à primeira noite da "The Eras Tour" em Portugal, com Miss Americana & The Heartbreak Prince. A espera terminara oficialmente, e os gritos de uma ovação ecoaram assim que começou o ato da era Lover.

A felicidade da cantora era tal que agradeceu aos fãs em português. "Muito obrigada!" Confessou que o seu coração acelerou ao entrar em palco, sentindo uma energia e adrenalina contagiante dos swifties portugueses.

Terminada esta era, seguiu-se Fearless, o segundo álbum de estúdio da artista, lançado em 2008, rementendo para as suas origens country. Com um vestido e botas douradas e uma guitarra nas mãos, foi quase como ver Taylor Swift nos primórdios da sua carreia. Numa viagem aos tempos do secundário, como a própria disse, cantou a música que dá nome ao álbum, e os dois singles You Belong With Me e Love Story, fazendo os fãs cantarem e e dançarem, sem esquecer os típicos corações feitos com as mãos.

Seguiram-se quatro músicas de Red. Com vários bailarinos em palco, o espetáculo seguiu, fazendo com que todos se sentissem com 22 anos (música em que ofereceu o chapéu a uma fã), e prometendo "nunca mais" voltar para o ex, como também afirmou um dos bailarinos mais adorados pelos fãs, Kameron Saunders.

Seguiu-se um dos momentos mais marcantes - a versão de 10 minutos da música All Too Well. Mas nem essa música derrotou o fãs, que cantaram a letra com todo o dramatismo que a mesma pede.

A era de Speak Now foi a mais pequena, apenas com a interpretação de Enchanted, levando-nos até 2010 e a fazer-nos sentir como se estivessemos num conto de fadas.

Com a entrada de Reputation, a casa foi abaixo. Na era mais "dark" da cantora, provocações não faltaram, com Ready for It?, Delicate, Don't Blame Me e Look What You Made Me Do.

Folklore e Evermore pareceu ser a era mais adorada dos fãs, e também aquela em que garantiam que Taylor sentia todo o amor da plateia portuguesa.

Com um cenário a rigor, uma cabana e telhado de musgo, Taylor fez com que nos sentissemos dentro do universo que criou durante a pandemia. Depois de tocar Champagne Problems no piano, recebeu uma ovação que parecia interminável. Assoberbada por tanta emoção e amor dos fãs, as luzes do Estádio da Luz acenderam-se por completo para pudesse ter noção do impacto que tem nos fãs portugueses. Garantiu que seria um momento que nunca esqueceria e que com certeza voltaria para mais.

A era 1989 chegou e trouxe consigo a animação de Style, Blank Space e Shake it Off. Com Wildest Dreams todos se imaginaram numa história de amor de cinemas de tempos mais antigos. E Bad Blood trouxe de volta o ritmo e atitude pela qual Taylor Swift foi ficando conhecida ao longo dos anos.

Lançado em abril deste ano, The Tortured Poets Department também tem direito à sua própria era no espetáculo. E tão pouco tempo depois do seu lançamento, os swifties portugueses tinham as letras na ponta da língua, não deixando Taylor a cantar sozinha.

Numa das eras mais dramáticas apresentadas no palco, mostrou-nos que mesmo com um coração partido conseguiu continuar a sua tour como se nada se passasse.

E chegou a parte das "surprise songs", onde a cantora interpreta em acústico temas que não costuma, por norma, tocar. A primeira noite da The Eras Tour em Lisboa teve direito a um medley acompanhado por uma guitarra com as músicas Come Back Be Here (2012), The Way I Loved You e The Other Side of the Door (ambas de 2008). Já ao piano, estreou ao vivo a música Fresh Out The Slammer do último álbum, num mash-up com High Infedelity, do álbum Midnights.

E por falar em Midnights, começava a última era da noite. Anti-Hero e Bejeweled foram alguns dos temas que se ouviram, sem perder a cor e os bailarinos. O concerto terminou com a música Karma, reunindo todos os bailarinos em palco com casacos coloridos com franjas. Uma explosão de cor com direito a fogo de artíficio terminou a noite no Estádio da Luz.

Com a promessa de regressar, Taylor Swift despediu-se dos fãs que tão bem a receberam pela primeira vez em Portugal. Este sábado a cantora regressa para uma última noite na Luz, onde centenas de fãs já se encontram à espera da abertura de portas, ansiosos por aquela que será uma noite inesquecível nas suas vidas.

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