A Academia Sueca distinguiu o escritor Abdulrazak Gurnah com o Nobel da Literatura de 2021.
A emoção de Abdulrazak Gurnah ao ler as palavras que constroem as histórias reais da experiência de vários refugiados na entrada de países europeus sustenta os contos e romances do autor que chegou ao Reino Unido em 1968, depois de ter sido forçado a sair da ilha de Zanzibar, na Tanzânia, com 18 anos.
O livro "Memory of Departure", de 1987, seria a primeira prova de um estilo que reflete a experiência e a escrita de Abdulrazak Gurnah, inspirada nos choques culturais de diferentes identidades como a muçulmana e a britânica, mas também temas como o colonialismo, os refugiados e o exílio foram fontes de inspiração para o escritor, agora Nobel da Literatura.
"Eu pensei 'é alguém a pregar-me uma partida'. Hoje em dia, recebemos muitas chamadas indesejadas. Atendemos o telefone e não sabemos quem está a ligar. Então, se alguém diz 'ganhou o Prémio Nobel', nós pensamos 'sim, pois...'"
Abdulrazak Gurnah tem dez romances publicados mas só um está traduzido para português, o livro "Junto ao Mar", editado em 2003.
Foi professor de literatura na Universidade de Kent, no Reino Unido, e é agora o primeiro escritor não europeu ou norte-americano a receber o Nobel da Literatura da Academia Sueca desde 2012, sucedendo à poeta Louise Gluck.