Crise na Ucrânia

Putin ordena retirada de tropas das fronteiras com a Ucrânia

O Presidente russo deu hoje ordem para que as tropas regressem às bases, declarando o fim dos exercícios militares em três regiões que fazem fronteira com a Ucrânia. Putin pediu a Kiev para retirar imediatamente as tropas da zona oriental ucraniana.

© Grigory Dukor / Reuters

"Uma vez que chegou ao fim o treino das tropas, previsto na primavera,  que incluía movimentos nas regiões de Rostov, Belgorod e Bryansk, o Presidente  russo ordenou que as tropas a participar nestes exercícios regressem às  bases permanentes", de acordo com uma declaração enviada às agências noticiosas  russas.  

As tropas russas estão destacadas, desde março, nas três regiões que  fazem fronteira com a Ucrânia, o que levou as novas autoridades de Kiev,  bem como os países ocidentais, a considerar a possibilidade de uma invasão  russa.  

Moscovo argumentou repetidamente que tinha o direito de realizar exercícios  militares dentro das suas fronteiras, e acusou o Ocidente de exagerar a  presença militar russa junto à região oriental da Ucrânia, incluindo perto  de Donetsk e Lugansk, onde separatistas autoproclamaram a independência  este mês.  

A Rússia apelou também para o "fim imediato da operação punitiva e ações  violentas" das tropas ucranianas, que combatem os rebeldes no leste do país,  e exigiu uma "retirada de tropas e a resolução dos problemas existentes  por meios exclusivamente pacíficos", indicou a agência noticiosa russa Ria-Novosti.

O comunicado do Kremlin referia-se à "operação antiterrorista", lançada  a 13 de abril pelo exército ucraniano.  

De acordo com a ONU, 130 pessoas - soldados, separatistas e civis -  morreram nas violências durante a operação.  

A declaração da presidência russa referiu que Putin "se congratulou  com os primeiros contactos entre Kiev e os apoiantes da federalização" da  Ucrânia.  

No sábado, o Governo ucraniano realizou uma segunda ronda de conversações,  em Kharkiv (leste), antes das eleições presidenciais, no próximo domingo.

"O Presidente Vladimir Putin congratulou-se pelos primeiros contactos  entre Kiev e apoiantes da federalização (da Ucrânia), que visam estabelecer  um diálogo direto no qual devem participar todas as partes implicadas",  indicou o Kremlin.  

Após um primeiro encontro, na quarta-feira em Kiev, que terminou sem  qualquer avanço, os principais ministros do Governo, dois ex-presidentes  ucranianos, deputados e dignitários religiosos reuniram-se, no sábado em  Kharkiv (leste).  

Tal como na primeira vez, os rebeldes separatistas, que Kiev considera  terroristas, não estiveram representados e o primeiro-ministro ucraniano,  Arseni Iatseniuk, rejeitou no mesmo dia a ideia de uma federação.  

Antes da partida para uma visita à China, na terça-feira, Putin presidiu  a uma reunião do conselho de segurança russo sobre a Ucrânia, de acordo  com o Kremlin.  

  Lusa

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