Orçamento do Estado 2018

PS recua no voto na taxa sobre as renováveis

Os deputados socialistas chumbaram hoje uma proposta do Bloco de Esquerda para taxar os produtores de energia renovável depois de na sexta-feira terem votado a favor da medida, na especialidade. Os bloquistas acusam o PS de "voltar atrás com a palavra" e de mostrar "o pior da política".

© Jose Manuel Ribeiro / Reuters

O Bloco de Esquerda acusou hoje o PS de "voltar atrás com a palavra" relativamente à proposta dos bloquistas para taxar os produtores de energia renovável, que tinha sido aprovada, considerando que isso é "o pior da política".

No início do último dia do debate e das votações na especialidade da proposta de Orçamento do Estado para 2018 (OE 2018), o deputado do BE Jorge Costa afirmou que nesta discussão foi possível "encontrar o melhor e o pior da política", sublinhando que "o pior é a avocação feita pelo PS" sobre a contribuição extraordinária do setor enérgico (CESE) sobre as indústrias renováveis, uma proposta do Bloco que tinha sido aprovada na semana passada.

"Senhores deputados, quem vão representar hoje? Os portugueses ou o lóbi do privilégio das empresas do setor energético", lançou ainda Jorge Costa dirigindo-se à bancada socialista.

Do lado do PS, Luís Testa não respondeu às críticas e às interpelações do Bloco, tendo antes destacado que "é com este Governo que o gás natural e a eletricidade vão descer em 2018", que "diminui a dívida tarifária" e que se irá alargar a tarifa social de eletricidade à botija de gás.

"Este progresso não para e não para também com o concurso dos operadores que investem no setor das renováveis", disse o deputado do PS, sublinhando que está em curso "uma nova realidade energética" no sentido de libertar o país da dependência energética.

O deputado do BE Jorge Costa pediu de novo a palavra para dizer que "faz parte do pior da política o refúgio em temas laterais", reiterando a pergunta: "Na sexta-feira, o PS votou a favor de uma nova contribuição sobre o setor elétrico [...] . Quer o PS alterar o seu sentido de voto? E se quer porquê?"

Em causa está uma proposta do BE para a criação de uma "contribuição solidária para a extinção da dívida tarifária do Sistema Elétrico Nacional", que incidirá sobre "as pessoas singulares ou coletivas que integram o setor energético nacional [...] que, em 1 de janeiro de 2018, sejam titulares de licenças de exploração de centros eletroprodutores para a produção de eletricidade em regime especial, cuja atividade seja exercida no regime de remuneração garantida".

Na proposta do BE, esta contribuição solidária "incide sobre a diferença entre o preço médio da eletricidade no dia da venda e o valor da tarifa garantida e paga que se repercutiu na fatura".

Com Lusa

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