Ébola

OMS avisa que milhares de vítimas mortais do Ébola podem não estar a ser contabilizadas

Um especialista da Organização Mundial de Saúde (OMS) admitiu hoje que os balanços sobre o Ébola na África Ocidental podem estar incompletos, porque milhares de vítimas estão a ser enterradas sem qualquer registo por razões culturais e religiosas.

"Existem muitas mortes que não estão a ser contabilizadas nesta epidemia", afirmou hoje, em declarações à agência francesa AFP, Christopher Dye, diretor da estratégia da OMS em Genebra.

Christopher Dye referiu que nos três países mais afetados pela epidemia, Guiné-Conacri, Libéria e Serra Leoa, existem informações sobre a realização de funerais secretos, porque as famílias têm medo de que as suas tradições fúnebres não sejam cumpridas se declararem a morte do doente às autoridades.

Nestes três países em concreto, a taxa de mortalidade relacionada com a doença ronda os 70 por cento, o que significa que existe a possibilidade de não estarem a ser contabilizadas cerca de 5.000 mortes, segundo explicou o mesmo especialista.

As declarações do perito são feitas um dia depois de agência das Nações Unidas ter revisto em baixa o número de vítimas da epidemia do vírus do Ébola. 

O último balanço, divulgado na quarta-feira, dava conta de 4.818 mortes em 13.042 casos desde o início do ano. O balanço anterior, com data de 31 de outubro, indicava que a atual epidemia da febre hemorrágica Ébola tinha provocado 4.951 mortos em 13.567 casos.

O Ébola tem fustigado o continente africano regularmente desde 1976, sendo o atual surto o mais grave desde então.


LUSA

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