Crise na Venezuela

Mais de 2.000 pessoas detidas desde janeiro na Venezuela por motivos políticos

"Entre 30 de abril e 06 de maio registaram-se 338 detenções com fins políticos, devido aos protestos em participaram".

Mais de 2.000 pessoas foram detidas desde janeiro na Venezuela por motivos políticos, denunciou hoje a organização não-governamental (ONG) Fórum Penal Venezuelano (FPV).

"Desde 01 de janeiro até maio de 2019 registaram-se 2014 detenções, fundamentalmente de pessoas que protestam, e também de grupos de militares", disse o presidente da FPV, durante uma conferência de imprensa em Caracas.

Segundo Alfredo Romero, "entre 30 de abril e 06 de maio registaram-se 338 detenções com fins políticos, devido aos protestos em participaram".

"A situação dos militares detidos continua a ser preocupante, em particular a dos militares envolvidos em alegados atos de rebelião, levantamento (militar), em que não há respeito pelo devido processo, em que as torturas têm sido sistemáticas", acusou.

O presidente da FPV acrescentou que hoje "pelo menos três dos sargentos que foram detidos a 21 de janeiro", estão sujeitos ao regime de isolamento", a aguardar uma audiência preliminar em vez de lhes ser permitido o direito à defesa e libertados para "denunciar atos de tortura".

"Os desaparecimentos continuam a ser sistemáticos" e as forças de segurança "não informam para onde levam os detidos e inclusive são apresentados perante os tribunais, às escondidas", acrescentou.

Quanto aos feridos, segundo o Foro Penal Venezuelano, são "mais de 300, em diversas circunstâncias", entre eles mais de 40 pessoas com ferimentos de balas.

Na madrugada do passado dia 30 de abril, um grupo de militares manifestou apoio ao presidente do parlamento venezuelano, o opositor Juan Guaidó, que instou a população a sair à rua para exigir uma mudança de regime.

Segundo o procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, cinco pessoas morreram e 233 pessoas foram presas pelo alegado envolvimento nos acontecimentos de 30 de abril.

Por outro lado, segundo o procurador-geral designado pela Assembleia Constituinte (composta unicamente por simpatizantes do regime) foram ainda emitidos 18 mandados de detenção.

Lusa

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