O número de mortos provocados pelo ciclone Idai e as cheias que se seguiram subiu para 598, anunciaram hoje as autoridades moçambicanas.
O último balanço, apresentado pelo Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC), acrescenta mais 80 vítimas mortais desde segunda-feira, altura em que foi dada como concluída (desde quinta-feira) a fase de salvamento e resgate.
Segundo o INGC, mantém-se o número de 1.641 feridos.
O número de pessoas afetadas pelo ciclone Idai em Moçambique subiu, relativamente ao último balanço, de 843.723 para 967.014, o que corresponde hoje a 195.287 famílias.
Casos de cólera em Moçambique "têm aumentado todos os dias"
O último balanço oficial feito esta segunda-feira pelo director nacional de saúde de Moçambique, Ussein Isse, aponta para um total de 1.052 pessoas infetadas e um morto.
A vítima foi identificada no porto da Beira, uma das zonas mais devastadas pela passagem do ciclone Idai que, para além de Moçambique também fustigou o Zimbabué e o Malawi.
No último balanço epidemiológico as autoridades moçambicanas garantiram que cerca de 90% dos casos de cólera detetados no centro do país foram tratados com sucesso
Esta quarta-feira devem chegar ao país 900 mil doses de vacina contra a cólera da OMS, a Organização Mundial da Saúde que ainda ontem veio garantir que se está a "posicionar" para ajudar o governo moçambicano a prevenir os surtos de doenças na Beira e evitar um colapso do sistema de saúde.
"Estamos a posicionar-nos para ajudar o governo moçambicano e os parceiros para isso. Temos de nos lembrar que, muitas vezes, os impactos em termos de doenças se devem mais ao colapso do sistema de saúde do que ao impacto direto da própria catástrofe", declarou a diretora da Organização Mundial de Saúde para África, Matshidiso Moet, após visitar o Centro de Controlo da Cólera instalado no complexo sanitário do bairro de Mucurungo, na Beira.
A responsável da OMS assinalou que os casos de cólera "têm aumentado todos os dias" e, por isso, é preciso criar mais centros de tratamento, para que a população a eles possa recorrer ao sentir os primeiros sintomas, para prevenir a expansão da doença.Avisou também que são esperados mais surtos devido às más condições sanitárias, falta de acesso a água potável e casas sobrelotadas.