No arranque dos trabalhos de hoje, onde é ouvido o diretor de informação da TVI, o presidente da comissão de inquérito disse aos deputados ter recebido um telefonema de Constâncio onde este clarificava o "sentido" da carta que havia endereçado ao parlamento.
"Existe disponibilidade dele para depor por escrito em tudo aquilo que puder depor", vincou o presidente da comissão de inquérito, o deputado comunista António Filipe.
E concretizou, declarando que "o que não disser respeito" à atividade de Constâncio no BCE e for "temporalmente anterior" à atividade do responsável na entidade poderá estar enquadrado nas questões dos parlamentares - tal abre espaço, por exemplo, a perguntas sobre o papel de Vítor Constâncio enquanto antigo governador do Banco de Portugal.
António Filipe pediu celeridade aos grupos parlamentares de modo a que as perguntas sejam enviadas para Vítor Constâncio idealmente no começo da próxima semana.
Na terça-feira, Constâncio havia reafirmado que não responderia na comissão de inquérito ao Banif e esclareceu que isso se deve a "uma impossibilidade institucional" e não a falta de vontade de colaborar.
"A minha resposta anterior à solicitação de V. EXª não resultou de qualquer recusa pessoal, mas de uma impossibilidade institucional", escreveu Constâncio numa carta enviada ao presidente da comissão, o deputado comunista António Filipe.
"Nunca existiu qualquer vontade pessoal de não colaborar com a Assembleia da República", acrescentou, um dia depois de o próprio presidente do BCE, Mario Draghi, ter confirmado, numa outra missiva, que os membros da instituição "não participam em comissões de inquérito em parlamentos nacionais".
Lusa